A SAUDADE
"A Saudade é analisada, por Joaquim de Carvalho, pelo método fenomenológico (corrente filosófica que pretende descobrir as estruturas transcendentes da consciência e as essências) porque é preciso examinar a essência da saudade, o que está para além da exteriorização da mesma. O autor não procura o que é ser saudoso porque remete para o presente (que pode ser infinito), analisa, antes, o que o sentimento da saudade tem em cada um de nós (porque cada um tem saudade das suas próprias experiências) ...
Joaquim de Carvalho, filósofo coimbrão, escreveu esta obra com o intuito de fazer a descrição fenomenológica da consciência saudosa, a especificidade e o conteúdo da saudade. Enquanto sentimento universal a saudade pode assumir diferentes formas (tristeza, nostalgia, melancolia ...)" [notas sobre a saudade, via apontamentos do Grupo de Filosofia da ESJCFF]
"A saudade dá-se em e é sempre saudade de algo, isto é, o acontecer da saudade é um acontecer que a consciência íntima pode comunicar mas não transferir para outrem, e cuja vivência se acompanha da presença espiritual de seres ausentes ou de circunstância e estados transactos (...)
Este sentimento presente à consciência é um sentimento evocativo, triste melancólico, sentido subjectivamente e não é passível de se manifestar por actos físicos nem transferido para outra consciência, apenas comunicado".
Joaquim de Carvalho, in Elementos Constitutivos da Consciência Saudosa
FOTO: casa da Figueira da Foz, na Rua do Pinhal, onde viveu Joaquim de Carvalho.
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